Meus olhos quando não vidraças
Fitam sob a força das pálpebras
Vou conter uma tempestade, eu não choro
Nessa idade qualquer coisa vira terremoto
São
Meus olhos que molham
São
Meus olhos que molham
Seus olhos alfinetes afiados
Me estouram, me estragam, me atravessam
À prova de falas, óculos escuros
Proteger-me da justiça, do marulho
São
Seus olhos que molham
São
Seus olhos que molham
Restam 8, sobram 4
Restam 2, fica 1
Todo ciclope só tem olho
Para um único 1
Restam 8, sobram 4
Restam 2, fica 1
Todo ciclope só tem olho
Para um único 1
E mais ninguém
E mais nenhum
E mais ninguém
Não há mormaço ou amor comum
Que suspenda a ação do olho nu
Cortinas fechadas pra luz que é oração
Mais ou menos olhos, sobram molham
E vão
Nossos olhos se molham
E vão
Nossos olhos se molham
E vão
Nossos olhos se molham
E vão
Nossos olhos se molham
E são